Legends StockCar 80/81
O GPTotal, site que eu gosto muito por diversas razões, publicou na semana passada um texto sobre um capítulo não muito feliz da história do AC Avallone, na infância da Stock Car, em 1981, no dia da conhecida mega-confusão em Interlagos. Infância da Stock, e final dos 20 e poucos anos de carreira automobilística de Avallone, mas um dia em que ele definitivamente havia acordado do lado errado da cama. Leia mais, inclusive o link para o texto do GPTotal e a razão (até então) desconhecida da briga inicial, abaixo.
Sugiro que se leia a matéria do GPTotal aqui na coluna do Pandini, que eu sei conhecia o velho Avallone bem, intitulada “Prisão, Depredações e Cabeçadas”. Infelizmente a essência do texto é verdadeira: o invocado Avallone se envolveu/provocou um briga, com ou sem razão (leia abaixo), na sua entrada nos boxes, o que por si só garantiria a sua não-participação no evento, se tivesse ocorrido nos dias de hoje. Porém, isso se passou há 25 anos atrás e a organização e segurança não eram as mesmas de hoje, (o que não dizer do profissionalismo dos pilotos e fiscais) e isso permitiu que a situação escalasse – hoje duvido que um piloto chegaria ao grid, depois de um episódio desses na entrada da pista. Ainda bem. Depois de ainda mais confusão, a direção da prova resolveu que ele não estava inscrito, apesar de ter permitido inclusive que ele alinhasse no grid. Avallone sustentava que estava, e que não iria sair do grid por causa da desorganização deles. Com a situação e os ânimos exaltados, o baixinho novamente “passou a freada” de tal maneira que fez os outros pilotos e equipes se virarem contra ele, que causava um transtorno enorme aquela altura, com o carro atravessado no grid e depois largando dos boxes e entrando na pista na frente do “pelotão” que se aproximava, já dada a largada. Definitivamente, um dia em que ele acordou “com o pé errado” e insistia em chutar a bola. Acabou pisando nela.
A razão da discussão inicial do dia, que não aparece no texto, era que já que Avallone correria tanto na Turismo 5000 (com um Dodge Charger, completo com spoiler “limpa-trilhos” na frente) e na Stock, e como o paddock da 5000 era perto da curva do Sargento e o da Stock nos boxes normais, Avallone (tendo apenas uma estrutura de mecânicos, ferramentas, etc) havia conseguido uma permissão da organização para colocar os dois carros de corrida no boxe de cima, da StockCar, pela impossibilidade de se operar os dois esforços, longes um do outro, com apenas uma “tripulação”. Permissão de “boca” da organização, que os ouvidos do fiscal no portão dos boxes não escutaram diretamente, e logo não permitiram a entrada do Turismo 5000 na carreta, para os boxes da Stock. Claro que daí para uma discussão, faltava pouco para o italianinho perder a razão, e foi o que aconteceu: no meio da briga, o fiscal puxou uma faca e a situação saiu ainda mais do controle. No final das contas, o fiscal foi parar no hospital, e começava mal um dia que acabaria pior para o piloto. Expliquei, mas não para justificar: a atitude do piloto/dono de equipe deveria ter sido muito diferente...
Eu lembro bem, pois estava lá, desde a primeira briga no portão (eu estava indo para a pista com ele, rebocando o Turismo 5000 com a velha Veraneio). Estava na confusão no grid, na correria para não sermos linchados nos boxes, na saída triste. Na foto do GPTotal, com os policiais, estamos os três filhos em volta do pai. Na foto acima, uma memória melhor: Avallone e o Fabrini #6 alguns meses antes, em um dia mais “normal”, em Brasília, outubro de 1980. Opalão laranja e preto, rodas Scorro com Pirellis “aparados” com ferro de soldar, motor de seis canecos à alcool que a gente ligava e aquecia na oficina/fábrica antes de ir para a pista, carburador, “giclê”... Primeiro carro de corrida que eu dirigí na vida.
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Sugiro que se leia a matéria do GPTotal aqui na coluna do Pandini, que eu sei conhecia o velho Avallone bem, intitulada “Prisão, Depredações e Cabeçadas”. Infelizmente a essência do texto é verdadeira: o invocado Avallone se envolveu/provocou um briga, com ou sem razão (leia abaixo), na sua entrada nos boxes, o que por si só garantiria a sua não-participação no evento, se tivesse ocorrido nos dias de hoje. Porém, isso se passou há 25 anos atrás e a organização e segurança não eram as mesmas de hoje, (o que não dizer do profissionalismo dos pilotos e fiscais) e isso permitiu que a situação escalasse – hoje duvido que um piloto chegaria ao grid, depois de um episódio desses na entrada da pista. Ainda bem. Depois de ainda mais confusão, a direção da prova resolveu que ele não estava inscrito, apesar de ter permitido inclusive que ele alinhasse no grid. Avallone sustentava que estava, e que não iria sair do grid por causa da desorganização deles. Com a situação e os ânimos exaltados, o baixinho novamente “passou a freada” de tal maneira que fez os outros pilotos e equipes se virarem contra ele, que causava um transtorno enorme aquela altura, com o carro atravessado no grid e depois largando dos boxes e entrando na pista na frente do “pelotão” que se aproximava, já dada a largada. Definitivamente, um dia em que ele acordou “com o pé errado” e insistia em chutar a bola. Acabou pisando nela.
A razão da discussão inicial do dia, que não aparece no texto, era que já que Avallone correria tanto na Turismo 5000 (com um Dodge Charger, completo com spoiler “limpa-trilhos” na frente) e na Stock, e como o paddock da 5000 era perto da curva do Sargento e o da Stock nos boxes normais, Avallone (tendo apenas uma estrutura de mecânicos, ferramentas, etc) havia conseguido uma permissão da organização para colocar os dois carros de corrida no boxe de cima, da StockCar, pela impossibilidade de se operar os dois esforços, longes um do outro, com apenas uma “tripulação”. Permissão de “boca” da organização, que os ouvidos do fiscal no portão dos boxes não escutaram diretamente, e logo não permitiram a entrada do Turismo 5000 na carreta, para os boxes da Stock. Claro que daí para uma discussão, faltava pouco para o italianinho perder a razão, e foi o que aconteceu: no meio da briga, o fiscal puxou uma faca e a situação saiu ainda mais do controle. No final das contas, o fiscal foi parar no hospital, e começava mal um dia que acabaria pior para o piloto. Expliquei, mas não para justificar: a atitude do piloto/dono de equipe deveria ter sido muito diferente...
Eu lembro bem, pois estava lá, desde a primeira briga no portão (eu estava indo para a pista com ele, rebocando o Turismo 5000 com a velha Veraneio). Estava na confusão no grid, na correria para não sermos linchados nos boxes, na saída triste. Na foto do GPTotal, com os policiais, estamos os três filhos em volta do pai. Na foto acima, uma memória melhor: Avallone e o Fabrini #6 alguns meses antes, em um dia mais “normal”, em Brasília, outubro de 1980. Opalão laranja e preto, rodas Scorro com Pirellis “aparados” com ferro de soldar, motor de seis canecos à alcool que a gente ligava e aquecia na oficina/fábrica antes de ir para a pista, carburador, “giclê”... Primeiro carro de corrida que eu dirigí na vida.
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8 Comments:
Fernandão mas que barraco legal hein??!! Tá faltando isso no esporte motor brasileiro, atitude. Hj em dia todo mundo é muito "politicamente correto". Tirando o trauma que deve ter ficado na cabeça dos filhos do velho Avallone naquele momento de guerra, o acontecido visto hoje é bem engraçado.
Abs
Fala Ferava,
que quiprocó rapaz, meu pai tb as vezes quando fica com o sangue "caldo" o negócio é sair de baixo, porque ele fica com a "macaca" hehehe nesses dias nem chego perto dele para não sobrar pra mim tambem hahaha.
Agora bota a foto do dojão com limpa trilhos ai pra gente ver !!!
abraços
Ferava,
Parabéns!
O Pandini levantou a bola e vc matou no peito.
Vc não fugiu do assunto e ainda exclareceu um episódio que acho muito poucas pessoas sabiam dos motivos. Eu ví e não entendi nada!
Agora sim entendi, e concordo com o Mauricio, tá faltando atitude hoje em dia, se o Avallone fosse vivo ele ia ficar "doente" com algumas coisas que acontecem.
Valeu, mocada. Eh engracado mesmo, olhando de hoje em dia. Essa perspectiva ajudaria ate no dia da confusao, se a tivessemos...mas o seguinte: nem traumas pelos pontos baixos, nem arrogancia pelos pontos altos que a vida me serviu, tive e vou continuar tendo os dois, e aprendendo sempre. As vezes pelo bom exemplo, as vezes pelo mau exemplo.
Sobre o limpa trilhos, quisera eu ter uma foto dele, infelizmente acho que nenhuma se salvou, a Turismo 5000 nao pegou...
Finalmente, concordo que o automobilismo precise de atitude, mas acho que tudo tem que ficar no profissionalismo, especialmente em se tratando de figuras ate certo ponto publicas (pilotos, etc). Chega um momento que os motivos podem ate explicar os sentimentos, mas nao justificam as atitudes nem descontam as consequencias. Esse limite deve ser encontrado antes da derrapada, em muitos aspectos automobilismo eh controle e frieza mais do que paixao e desrespeito por limites...
O Avallone (refiro-me ao pai) é uma pessoa cuja história e importância para o automobilismo brasileiro devem ser resgatadas.Primeiro piloto brasileiro na F-Ford inglesa em 68
- em temporada completa, excetuando a vitória em 68 do carioca Ricardo Ashcar -.Promotor da Copa Brasil (70 e 72), construiu o primeiro protótipo da Div-4 (o Avallone A11, baseado na Lola T-220 Can-Am)em 71. Criador em 73 da Divisão 1 (25 Horas de Interlagos), tentou estabelecer aqui a categoria Fórmula 5.000 sem sucesso.Construiu F-Ford, F-Super Vê e uma réplica do MG TF 1953 entro outras coisas. Uma das características do Avallone era não se conformar com os "latifúndios" que já então se criavam no automobilismo brasileiro entre CBA, Federações, clubes promotores e grandes patrocinadores, leiloando e partilhando o automobilismo nacional. Deu no que deu, no que vemos hoje: promotores milionários,categorias beneficiadas com a concentração de patrocínios em detrimento e desaparecimento de outras (a F-3 à mingua; mesmo caminho da F-Renault. O Brasileiro de Marcas e Pilotos é uma ficção pra não falar de protótipos e Endurance). O bom do baixinho é que botava a boca no trombone, o dedo na ferida. Pequeno no tamanho, um gigante na hombridade.
Outro dia, no Blig do Gomes, surgiu uma polêmica sobre por que teriam acabado as corridas de protótipos e isso teria a ver com a fábrica de Avallones: você tem histórias disso para nos contar?
Ferava, cheguei a seu blog por acaso e gostei muito. Um abraço. (LAP)
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