Friday, August 04, 2006

Da Matta

A equipe deve soltar um comunicado logo, mas a imprensa foi avisada logo cedo que os engenheiros analisaram a telemetria de ontem, e constataram que Cristiano chegou a frear antes de bater no animal, à cerca de 90 milhas por hora, indo parar na barreira de pneus da curva 6 (o acidente foi entre as curvas 5 e 6 de Elkhart Lake). Do hospital, um prognóstico um pouco melhor no meio da tarde de sexta-feira, situação é estável e “todos os sistemas” funcionam como melhor se podia esperar, apesar de ainda não se poder prever o desenrolar do quadro. Ele deve continuar na coma induzida por alguns dias, mas os médicos estão cautelosamente otimistas. Família à caminho, alguns amigos já estão lá, mas pouco pode-se fazer, mesmo perto. Agora é mandar uma boa energia.
Foto: Dan Boyd, Newman-Haas Racing (clique na foto).
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Monday, July 31, 2006

Legends StockCar 80/81

O GPTotal, site que eu gosto muito por diversas razões, publicou na semana passada um texto sobre um capítulo não muito feliz da história do AC Avallone, na infância da Stock Car, em 1981, no dia da conhecida mega-confusão em Interlagos. Infância da Stock, e final dos 20 e poucos anos de carreira automobilística de Avallone, mas um dia em que ele definitivamente havia acordado do lado errado da cama. Leia mais, inclusive o link para o texto do GPTotal e a razão (até então) desconhecida da briga inicial, abaixo.

Sugiro que se leia a matéria do GPTotal aqui na coluna do Pandini, que eu sei conhecia o velho Avallone bem, intitulada “Prisão, Depredações e Cabeçadas”. Infelizmente a essência do texto é verdadeira: o invocado Avallone se envolveu/provocou um briga, com ou sem razão (leia abaixo), na sua entrada nos boxes, o que por si só garantiria a sua não-participação no evento, se tivesse ocorrido nos dias de hoje. Porém, isso se passou há 25 anos atrás e a organização e segurança não eram as mesmas de hoje, (o que não dizer do profissionalismo dos pilotos e fiscais) e isso permitiu que a situação escalasse – hoje duvido que um piloto chegaria ao grid, depois de um episódio desses na entrada da pista. Ainda bem. Depois de ainda mais confusão, a direção da prova resolveu que ele não estava inscrito, apesar de ter permitido inclusive que ele alinhasse no grid. Avallone sustentava que estava, e que não iria sair do grid por causa da desorganização deles. Com a situação e os ânimos exaltados, o baixinho novamente “passou a freada” de tal maneira que fez os outros pilotos e equipes se virarem contra ele, que causava um transtorno enorme aquela altura, com o carro atravessado no grid e depois largando dos boxes e entrando na pista na frente do “pelotão” que se aproximava, já dada a largada. Definitivamente, um dia em que ele acordou “com o pé errado” e insistia em chutar a bola. Acabou pisando nela.

A razão da discussão inicial do dia, que não aparece no texto, era que já que Avallone correria tanto na Turismo 5000 (com um Dodge Charger, completo com spoiler “limpa-trilhos” na frente) e na Stock, e como o paddock da 5000 era perto da curva do Sargento e o da Stock nos boxes normais, Avallone (tendo apenas uma estrutura de mecânicos, ferramentas, etc) havia conseguido uma permissão da organização para colocar os dois carros de corrida no boxe de cima, da StockCar, pela impossibilidade de se operar os dois esforços, longes um do outro, com apenas uma “tripulação”. Permissão de “boca” da organização, que os ouvidos do fiscal no portão dos boxes não escutaram diretamente, e logo não permitiram a entrada do Turismo 5000 na carreta, para os boxes da Stock. Claro que daí para uma discussão, faltava pouco para o italianinho perder a razão, e foi o que aconteceu: no meio da briga, o fiscal puxou uma faca e a situação saiu ainda mais do controle. No final das contas, o fiscal foi parar no hospital, e começava mal um dia que acabaria pior para o piloto. Expliquei, mas não para justificar: a atitude do piloto/dono de equipe deveria ter sido muito diferente...

Eu lembro bem, pois estava lá, desde a primeira briga no portão (eu estava indo para a pista com ele, rebocando o Turismo 5000 com a velha Veraneio). Estava na confusão no grid, na correria para não sermos linchados nos boxes, na saída triste. Na foto do GPTotal, com os policiais, estamos os três filhos em volta do pai. Na foto acima, uma memória melhor: Avallone e o Fabrini #6 alguns meses antes, em um dia mais “normal”, em Brasília, outubro de 1980. Opalão laranja e preto, rodas Scorro com Pirellis “aparados” com ferro de soldar, motor de seis canecos à alcool que a gente ligava e aquecia na oficina/fábrica antes de ir para a pista, carburador, “giclê”... Primeiro carro de corrida que eu dirigí na vida.

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Verdade tem que ser dita

“Se o cartão de visitas de um piloto dissesse ‘homem de négocios’ ao invés de ‘piloto’, então suas opiniões deveriam ser procuradas. Mas eu não vou ensiná-los a dirigir carros, e eles não vão me ensinar a administrar negócios.” Kevin Kalkhoven, respondendo à comentários pessimistas de pilotos sobre a categoria e a possível fusão com a IRL.

"Eu não sei pilotar de uma maneira que não seja arriscada. Cada um tem que melhorar a si mesmo, cada piloto tem seu limite. Meu limite é um pouco mais longe que o dos outros." Ayrton Senna, Janeiro de 1989

“Não é de modo algum significativo. Eu poderia muito bem ainda estar correndo de Fórmula 3, pois isso não traz peso nenhum. Você pode até conseguir vender mais alguns bonés, mas não estou na Fórmula 1 para fazer isso.” Eddie Irvine, quando ainda estava na Fórmula 1, sobre se tornar o piloto número um do Reino Unido.

"Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar." Charles Jones, músico, compositor e professor canadense.

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